sábado, 26 de julho de 2008

Um dia na vida do ‘bendito-fruto-entre-as-mulheres’

Como é interessante a exclusão dos homens no mundo feminino. Se eu não digo “oi” aqui ninguém vai dizer que existe um homem entre essas quatro mulheres...

Tudo na vida tem o seu porém. Sempre tem aquela coisa que estraga o momento ou determinada coisa, e, em um blog rosa, nada melhor que um “ser da cor azul” para acabar com o “clube da luluzinha”.

Mas estou aqui, um trágico homem, que assim como elas, também acorda de pé esquerdo, ou melhor direito porque sou canhoto - mesmo sabendo que hoje é sexta-feira - , mas tem que seguir aquela mesma rotina que segue desde os 14 anos: casa, serviço, namorada mal-humorada, chefe com “cara de bunda”, clientes pensando que eu faço pastel, pois querem tudo na hora, trânsito na cidade de São Paulo, acidente de moto na Marginal Tietê, o rádio falhando a maldita antena e nenhum CD para ouvir.

Depois de 1 hora e 40 minutos de o trânsito, chego ao trabalho pontualmente às 7 horas da manhã e percebo que a sala está fechada e a chave, lógico, não esta comigo. Penso: vai ser um dia daqueles! A vontade de tomar aquele café preto para acordar está me matando, mas a porcaria da lanchonete só abre às 8h! O jeito é fumar mais um cigarro, o quinto do dia (já falei que são 7h e pouco da manhã, certo?)

8 horas e nada de alguém abrir a porcaria da sala e às 8h10 chega o chefe, sorrindo (aquele sorriso do capeta), com a chave da sala na mão e tem a capacidade de soltar a primeira frase do dia: “Está atrasado”.

Que porra, nem um bom dia! Mas beleza, vamo trabalhar.

14 cigarros e 10 baldes de café depois, finalmente, hora de ir embora, mas antes de chegar em casa para tomar aquele banho gostoso e tirar a roupa de pingüim – que o povo insiste em obrigar pessoas que não vêem clientes ao vivo nunca terem que vestir -, tenho que fazer a via sacra, já que, com toda a bondade do mundo ofereci carona para 4 pessoas que moram perto da minha casa, mas não tão perto assim.

Chegando em casa, aliviado, faço finalmente o meu almoço no final da tarde, quando sou interrompido por uma senhora de voz muito suspeita me informando que eu tive o privilegio de ganhar, entre milhões de pessoas no mundo, um cartão de crédito! Por mais que eu falasse que já possuo dois, e esses mesmos dois já acabam com a minha renda mensal, ela queria por que queria dizer que um terceiro sempre é bem vindo. Tive que usar a delicadeza que Deus me deu e dizer um longo e sonoro NÃO, para que ela desligasse, mas aí, a comida já estava fria....

Comendo a comidinha fria, novamente toca o telefone, e quem é? A namorada emburrada, pedindo desesperadamente para ir buscá-la no metrô, pois o salto quebrou! Não imagino como as mulheres andam sem essa parte do corpo, o salto, então, lá vou eu atrás dela.

Por que Deus me fez tão bonzinho, me diga? Para a minha surpresa, o salto só não era maior do que o tamanho da tromba dela em perder o seu sapato de número, sei lá, 13?! (porque vai ter sapato assim lá longe!).

Fomos para a casa dela e imaginei que teria paz, conseguiria jogar meu tão sonhado e desejado play2, que comprei há 1 mês, e ainda faltam 9 parcelas para eu pagar e por ironia do destino,toda aquela tromba causada pelo maldito sapato transmitia raiva para as pessoas ao redor e graças ao famigerado salto, consegui ter um quebra pau imenso!

Durante a briga, percebo que o controle do vídeo game estava se mexendo sozinho, e ao puxar o fio: BINGO! Pesquei um gato!!! Fala sério, nem um mês de vídeo game e o mesmo já está riscado pq o gato subiu nele e agora o fio comido! Cadê a ração dele, me fala?

Ainda tive paciência, de ficar até às 23h30 na casa dela, aí acabou totalmente a minha compreensão com o salto alto. Na despedida ganhei um tchau seco, e um “eu te amo forçado”. Vi que deveria fazer o mesmo, porém disse que estava triste e de luto pelo pobre salto que não se encontra mais no sapato...

Voltando para a minha casa, que fica à 4 km de distância, consegui levar duas fechadas e por pouco não fiz de um cachorro, um tapete de asfalto, coitado.

Melhor ir dormir logo, depois de tomar a minha Skol geladinha e fumar meu vigésimo cigarro antes que algo aconteça e eu não possa colocar a cabeça no travesseiro, e agradecer por esse dia tão especial de minha vida.

2 comentários:

Samantha Jones disse...

Gato,

Presta atenção: sapato é como um filho.... a gente cuida, ama, não vive sem, tem vários se possível e nunca é suficiente, cada um é um, tem personalidade própria falo isso com total conhecimento de causa e assunto.

Portanto eu dou toda a razão para a sua namorada de ficar pau da vida e realmente você é um insensível por não entender essa parte da anatomia feminina.

beijo

... disse...

Grato pelo comentário! rs