terça-feira, 19 de agosto de 2008

A epopéia dos políticos...

Hj começa o maravilhoso, digníssimo e interessantíssimo “Horário Eleitoral Gratuito”, então, em homenagem a esses seres tããããão legais e exemplares (que eu tanto amo!), vamos ao relato de uma história que pode explicar um pouquinho do por quê de eu gostar tanto de pessoas que ocupam este tipo de cargo público.

OBS: esse texto (que na verdade foi uma troca de emails entre Sam e eu) que nos deu a idéia de criar esse blog.

Num sexta-feira, véspera de feriado prolongado, o povo lá de onde eu trabalhava me ligou lá dos Emirados Árabes pedindo pra eu ir lá no escritório (ex-local de trabalho) pegar uma fita com umas entrevistas, fazer a transcrição e mandar pra eles por email.

Lá fui eu rumo ao Itaim Bibi – um dos lugares onde tem mais trânsito na cidade de São Paulo (imagine numa sexta-feira!?) - toda saltitante e felizinha pq ia ganhar uma graninha pra fazer um trampinho FÁCIL!

Ledo engano...

A história virou uma epopéia! (Pq afinal de contas, eu só me fodo nessa porra! hahaha).

Primeiro demorei quase uma hora num buz maaaaster lotado pra chegar lá na Tabapuã, sendo que o caminho normal demoraria em média uns 20 minutos.

Chegando lá o porteiro não quis me deixar entrar... Lógico, eu não trabalhava mais lá! E se eu quisesse ‘reaver os meus direitos’ e levar algumas coisinhas embora pra fazer jus a alguma dívida da empresa?

Eu, sem crédito no celular não tinha como ligar lá pro final do fim do mundo pra pedir pro meu ex chefinho ligar pro cara e pedir pra ele me deixar subir.

Chavequei o porteiro até umas horas (que era beeeeeeem porteiro mesmo, tipo aquele que contava piadas na falecida – que deus a tenha! – 89fm), aí vi que não ia ter jeito, fiquei com raiva, fui até o banco pra pôr crédito na bosta do celular e fazer a maldita ligação.

Achei uma banca de jornal, comprei um cartão com 15 contos de crédito, e bora ligar pras Arábias!
Volto eu no prédio pra ligar pra fazer a ligação na frente do porteiro, que não cansava de repetir como um disco riscado: “Eu não posso deixar vc subir, pq o seu Fulano tem meu telefone e não me ligou pra avisar q vc vinha pe pe pe pe pe pe pe pe...”

E eu, pouco irritada, só respondi: “Já entendi!” (faltou dizer o PORRA no final, mas preferi guardar a palavra delicada só pra mim mesma hahah).
Depois de discar os duzentos números da chamada internacional umas 15 vezes, pq a ligação não completava, eis q consigo!

Só falei assim: “Fulano, fala aqui com o porteiro” e passei o telefone pra ele e a ligação caiu! Entre essas 6 palavrinhas, é preciso ressaltar que se foram mais de 6 reais de crédito! UM REAL POR PALAVRA!!! É mole?

Mas, depois da ligação 'caída'... Ele ligou de volta! Ufa!
O porteiro atendeu, pratos limpos, história resolvida, ele finalmente me deu a chave!

Subi, tentei abrir a porta e....

NÃO ABRIU!

Será q eu fiquei irritada?
Magiiiiiiiiina...
Desci com aqueeeeeeeela cara de "vou matar esse tiozinho". Só fiz assim: “A chave nem gira na fechadura”.

E o maledeto todo sem jeito, dá uma olhada no número da chave e fala: “Ai dona Carrie, desculpa, essa é a chave da sala da frente!”
Óóóóódio.
Peguei a chave certa e fui lá dinovo. Tinha q pegar a fita q estava em cima da mesa, ouvir pra ver se estava certa e ir embora, certo?

Pois então, tinha umas CIIIIINCO fitas em cima da mesa! Uma delas dentro do gravador. aperto o play do gravador e...

NADA!

Sem pilha! hahahaha eu mereço!

Fucei o escritório inteiro e não achei as pilhas aí só pensei: “Vou levar essa fita mesmo q tá no gravador, não lembro se ele falou q era essa, mas enfim, como sou cagada mesmo deve ser a fita errada e amanhã vou perder o feriado vindo aqui pegar a fita certa, fazer o q...”

Tranquei tudo e fui embora.
Devolvi a chave pro porteiro, q pediu milhões de desculpas. Só olhei com aquela cara de: “Tá desculpado, mas NUNCA, JAMAIS, EVER! duvide de minha palavra dinovo!” Hunf!

E lá fui eu pra casa, quer dizer, fui esperar o buz pro Pedrão (Terminal Parque Dom Pedro - sim sou pobre!), q eu sei q passa ali e imaginei: a av. Brigadeiro vai ter menos transito q a marginal (lugar onde passa o outro ônibus q eu podia pegar). Então, vamos esperar o Pedrão.

Passou 953 ônibus, menos o Terminal Parque Dom Pedro, óbvio! A sorte é q não tava frio... 50 minutos depois, eis q vem o famigerado buzuca.

Depois de 1h chego no terminal, e mais quase uma hora chego em casa. Azul de fome e apenas com Tridents na bolsa! Uma beleeeeeeza. Só jantei e já fui fazer a transcrição da tal fita.

Aí q finalmente começa a história de verdade e o verdadeiro óóóódio aos políticos!
Fiquei das 22h30 até 1h30 ouvindo as porras das babozeiras q os caras falam. Parecendo um verdadeiro horário eleitoral no radinho lá de casa! aaaaaaaaaarrrrrrghhhhhhhh!

A tal da entrevista era sobre a CSS - não a banda, mas sim o maldito imposto q vai entrar no lugar da CPMF - foi até interessante no começo, mas vc ficar durante mais de uma hora ouvindo a ladainha e parando a fita a cada frase pra anotar EXATAMENTE o q o maldito ser diz, é dose pra elefante! O que a gente não faz por dinheiro, né? Fala a verdade!

Só mais um detalhe: depois de 10, eu disse DEZ páginas de caderno de anotações, eu descubro q ouvi o "PULITÍCU" errado!!! Mereço vai, pode dizer!?

Enfim, horas depois, cheguei ao homem q o Fulano queria: O ACM Neto. E como reconheci o excelentíssimo deputado? Pelo sotaque, é óbvio! Hahaha

Nesse momento já tava pensando: “onde fui amarrar meu jegue? achei q ia ser um jeito fácil de ganhar dinheiro e me ferrei! vai besta gananciosa, vai!”. Outro pensamento: “Como alguém consegue viver em função desses maletas? Os caras só dizem a mesma coisa, só o q muda são os sotaques!” Parece q todos eles estão fazendo discurso, lendo o q falam o tempo todo! Jesuiiiiiiiiiiiis! Como alguém em sã consciência agüenta isso? Só ganhando muito dinheiro pra trabalhar com uma coisa dessas mesmo! Deusmelivreeguarde!

Lá pela meia noite e pouco, depois que transcrevi toda a ladainha do ACM, e toda vez que eu pensava ter chegado ao fim o ‘discursão’, lá ia Fulano e fazia uma pergunta gigante, daquelas cuja resposta dava mais uma página de caderno de anotações. Ô filadaputa! E ainda faltava digitar tudo e mandar por email.
Eu já tava quase chorando, dor nas costas, sem posição pra ficar, nem sentada, nem deitada só pedia: “Pára de perguntar as coisas pra esse maaaaaaala!”
Aí acabou! Digitei tudo (2 páginas de Word sem pular linha! exatos 6330 toques depois) mandei o email às 2h30 da madruga e enfim pude dormir. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaffffffff!

Depois dessa nunca mais quero ouvir falar em políticos outra vez, nem que venham pintados e derrubando ouro por onde passarem! No entanto, a recompensa pelo freelinha foi beeeeeem legal. Só me lembrei disso depois q vi um número acompanhado de alguns zerinhos sendo depositado na minha conta hehe.

2 comentários:

... disse...

Meu Povo querido, votem em mim que eu tomo conta do dinheiro. Nessas épocas, nada melhor que ouvir "pega ladrão" do Gabriel Pensador, que relata a politica brasileira de forma correta. Prefiro evitar comentários sobre esse tipo de assunto, pois tenho uma visão apolitica sobre tudo.

Flavets disse...

ser engenheira tem lá suas vantagens...