quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Não é uma história Gay

Sempre fui meio chatinha. Até ir com a cara de alguém demorava muito. Minha mãe diz que eu sou assim desde bebê, não podia ver ninguém que começava a chorar. Aí eu cresci e fiquei um pouco ignorante também, na maioria das vezes. Meu círculo de amigos sempre foi bem reduzido por causa disso.

Comecei a mudar quando sofri um acidente de moto. Antes dele eu vivia dizendo “Ai Jesus, me leva”. Engraçado, eu peço outras coisas e ele demora pra me atender. Fato é: por pouco não conheci Jesus, e no dia do aniversário dele!

Pois bem, depois do acidente fique mais sociável. Dois anos depois terminei um relacionamento de quatro anos. Fiquei mais sociável ainda. Chorei uns dois dias e achava que estava prontíssima para outra. HAHAHAHAHAHAHA.

Bom, pouco antes do namoro acabar fiquei amiga de menina muito simpática, agradável e que demonstrava possuir uma certa carência de afeto. Foi uma das únicas pessoas no mundo a quem dei confiança sem muitos problemas. Me joguei de cabeça na amizade.

Apesar de desconfiar que alguma coisa estava errada nesta amizade, já que a cidadã fazia comentários e piadinhas que deixavam uma pulguinha atrás da orelha, continuei sendo amiga mesmo assim.

A Dita (vamos passar a chamar a moça assim para facilitar as coisas) vivia falando de um certo amigo que era perfeito para mim. Mas parecia esquecer o assunto quando eu me mostrava interessada. E eu acho sinceramente que ela namora o cara errado, mas isso são outros 500. Outra história. Eu e amigo saímos juntos. Outra história também.

Sempre fui meio lenta também para perceber certas coisas. Ou melhor, eu gostava da Dita como amiga, acho que na verdade não queria ver a real. A ficha começou a cair quando, do nada, durante uma conversinha bem de mulherzinha sobre cosméticos, cabelos, etc e tal, a fulana vira e fala:

- Posso te falar uma coisa, eu acho que você tem cara de piranha. Eu acho legal. Eu tenho cara de santa né, mas eu queria ter essa sua cara de piranha.

Fiquei sem reação, sem entender. Eu com cara de piranha?! Como assim?! Sempre tive cara de nerd, de professora, de brava, mas de piranha....

Nesse dia eu comecei a achar que tinha alguma coisa errada. Engraçada era que eu, super encanada, ia perguntar pras outras amigas se era verdade e, se era verdade porque nunca ninguém tinha me falado isso antes, e todo mundo caía na gargalhada.

Momento de auto-flagelação: deve tá escrito um trouxa bem grande na minha testa.

Momento volta-por-cima: já tratei de apagar. Samantha e Carrie têm me dado umas lapadas pra catalisar (utilizando o vocabulário da amiga engenheira) o processo.

A certeza de que só eu era amiga veio um dia. A Dita simplesmente se jogou no chão e fingiu muito toscamente um desmaio. Ficamos eu e outra amiga olhando uma para a cara da outra meio sem acreditar naquilo. A pessoa coradinha, não tava gelada, abria os olhos um pouquinho para conferir a reação da platéia. Nunca mais consegui olhar nos olhos da Dita. Me afastei completamente e aprendi que ser meio chata tem lá suas vantagens.

6 comentários:

Vou Criar disse...

Engraçado, essa história me parece familiar...acho que vivi algo parecido, ou mesmo, muito similar com também uma 'Dita Cuja' (a minha ex-quase-amiga tem sobrenome...rsrsrsrsr).

bjs

Taiz Dering disse...

Affff, depressão...

Samantha Jones disse...

Charlotte,

O que falar sobre esse texto...pensei, pensei, pensei e continuo pensando uma forma de não ser tão franca, tão dura e GROSSA...
Por isso acho melho não omitir minha opinião.

Flavets disse...

Samantha, seu comentário foi péssimo...

Charlotte, não é fácil encontrar boas amizades, só o tempo nos mostra quem são as verdadeiras...

Samantha Jones disse...

Meu comentário foi verdadeiro....
E poderia ter sido bem pior...

Flavets disse...

Samantha...
então fica assim então... rsrs

Beijos